7.3.08

Tardes imprevistas

“Vivo sempre no presente.
O futuro, não o conheço.
O passado, já não o tenho.
Pesa-me um como a possibilidade de tudo,
O outro como a realidade de nada.
Não tenho esperança nem saudades...
...que posso presumir da minha vida
De amanhã, senão que
Será o que não presumo, o que não quero,
O que me acontece de fora,
Até através da minha vontade...
...não quero mais da vida do que
Senti-la perder-se
Nestas tardes imprevistas.”

Fernando Pessoa

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